sábado, 19 de junho de 2010

Bobagens de viver...

O famoso sistema público de transporte curitibano causa decepção, ódio e transtornos tanto a população local cada dia mais numerosa, quanto aos turistas, muitos que infelizmente vem e ficam...Para sempre...Eternamente...Até o fim dos tempos...Os ônibus que há uns anos, 10?, Só eram apinhados nos tais horários de pico, agora o são o tempo todo. Diabolicamente. E olha que a passagem é cara! Mas o povo gosta, precisa e vai a rua, de ônibus, então, espremidos todos ficamos, menos os que encontram a dádiva de um acento, eu, sempre, fico com os da janela, um a menos do meu lado, rs, e ainda fico olhando pra fora sem ter na minha visão periférica, outro ser que porventura queira falar comigo, aff! Detesto papo de ônibus, fila de banco, mercado, etc...Um horror! Segunda última, aproveitando o sol, (Curitiba é a 2ª cidade com menos aparições deste maravilhoso deus, a 1ª nem quero lembrar, nunca quero ir pra lá!), tirei as roupas do armário pra enfrentar o frio e fui ao centro. Esperei, como sempre, um ônibus no qual eu pudesse ir sentada, não estava com pressa mesmo. Peguei o Ligeirão, que realmente surpreende na sua rapidez! O “normal” estava com filas quilométricas, e esse...Idem. Mas, consegui entrar e escolhi o lugar, o da janelinha, claro! 12h30, estudantaiada tagarelando, mulherada cheia de sacolas e bolsas, namoradinhos (sempre senti nojo de gente se beijando em ônibus, legítima coisa de pobre!, que eu também sou, mas não desse tipo de pobre, rs).Passando o mínimo da metade do percurso, sinto um tapa no meu ombro, e mais um. Olhei para trás pensando “será que alguém que me conhece me achou justo aqui? E justo agora?” (Outra coisa detestável é bater papo com conhecidos que nos encontram, justamente quando estamos rodeados de gente que claaaaaaaaro, vai ficar prestando atenção à conversa!) Olho e vejo uma mulher falando algo, e apontando pra mim. Retirei meus fones dos ouvidos, sem os quais jamaaaaaaaaais saio à rua, pelo menos nunca quando saio de ônibus, e pergunto antipaticíssima, eu sei, “o quê?” Ela “pode sair daí que eu quero sentar!” Tipo, mandando quase educada, rs. Aí, e só aí, vi que ao meu lado havia um homem sentado, que me olhava como se dissesse não entendeu ainda? Respondi “pede pra um homem te dar o lugar!, Ele aqui pode te dar.” A mulher gritava tanto, que pena que não explodiu! “Esse lugar pertence aos idosos! Sai daí...” E o homem falando junto “ta louca?”, essa pra mim também, rs, recoloquei meu fones, meu velho e bom rock’n’roll nos meus ouvidos, no meu cérebro, na minha alma e no meu coração...E por recato, apenas nos meus dedinhos, não no corpo todo que dançar num ônibus não pega bem, rs...Assim, bem alto mesmo, não tenho receio de ficar surda, os deuses do rock não fariam isso comigo!, E ainda ouvi u zihuimzum, de gente chiando perto, senti algo se encostando a mim novamente, virei-me, mas era a moça do banco de trás que deu lugar à idosa. Volte-me para a janela, docemente feliz, rs...Não por ter feito malcriação, por querer maltratar alguém e ter conseguido, ou qualquer outra coisa assim. Não! Como disse, Curitiba tem excesso de população. Tem sim, e azar de quem não gostar disso! Tem gente demais “de fora” por aqui! Curitiba é uma vilinha! Não é uma New York! E esse povo de fora vem pra cá, se instala e quer mandar na gente! Mandar em tudo! Mas isso também é outra história...A de hoje é que os ônibus estão sempre megalotados. E há neles, alguns bancos “preferenciais” para deficientes, gestantes, e idosos, os que ficam mais próximos as portas. O que muitas pessoas não entendem é que “preferencial” não significa “reservado”! E de alguns anos pra cá, confesso que não sei se sempre foi assim, mas os maiores de 65 anos não pagam passagem. Houve um delírio dessa faixa etária por sair de ônibus, é de graça, né? Vamo aproveita! E tudo bem que aproveitem, não sou contra, é bom saírem mesmo, melhor do que ficarem em casa assistindo programação podre de tv ou fazendo fofoca da vida dos outros. O problema é que principalmente, tipo 95% deles, dos que passeiam bastante, é de mulheres. Que entram nos ônibus já lotados e como vi um dia, duas delas, maquiadíssimas e calçando saltos Uma apontou pra um banco escolhendo-o pra si e apontou para outro escolhendo-o para amiga. “Eu fico com esse e você com aquele!,Fiquei pasma! Foram até os que já estavam instalados e mandaram que saíssem. MANDARAM. Esse bancos são nossos. Gente que tinha ficado como eu, esperando na fila! Isso é falta de respeito! A velha em questão, a que bateu no meu ombro, se fosse assim velhíssima, tipo mesopotâmica, eu até daria o lugar, mas a vaca que gritava daquele jeito, não estava debilitada nem nos cabelos. Por que entra num ônibus lotado pra encher o saco dos outros? Uma vez, voltando de um curso cheia de sacolas, livros, tudo pesado, uma mulher de muletas gritou ”levanta que tenho que sentar aí “. Eu, cansadíssima, levantei-me. Mal conseguia segurar as minhas coisas, e me segurar também, e ela, a vaca, olhou pra uma moça e disse:” me dá tua pasta (de escola), eu levo pra você, é bom quando tem alguém que ajuda!” Filha da puta ordinária, calei-me não sei porque, pois deveria ter dito, “EU TE DEI O LUGAR!”E você oferece ajuda a outra? A moça até me olhou meio constrangida, lembro bem. E a vaca, sorrindo por ter feito boa ação. Uma outra vez, eu num estado calamitoso de dor física e emocional, voltava do médico, com o braço todo furado de agulhas, exames e mais exames, e péssima, segurando para não chorar em público, sinto uma dor exatamente no braço estropiado, era uma mulher, que me deu um tapa, mas um tapa, que me fez sentir ódio imortal dela!” Sai daí que eu quero sentar!”Trinquei os dentes, engoli as palavras desaforadas que nem sei como fiz! Levantei-me e me arrependo até hoje! Aquela vaca dos infernos! Lendo romance barato! Sentada. Jurei que nunca mais daria lugar a alguém que me tratasse assim. Todo mundo merece respeito. Os velhos, os novos, todos! Curitibano é mal educado mesmo, já é fama, eu sou também! Mas está havendo um exagero desses idosos, que estão se mostrando odiosos...Bom, quando chegamos no terminal de desembarque,(eu sou alta, 1,75, o que muito me favorece, olho sempre bem por cima, rs, e de bota de salto alto, mais ainda, meio esnobe, eu sei, mas isso foi evolução da timidez, rs), e o sujeito peitudo que me chamou de louca, mas que não foi homem pra dar lugar pra chata arrogante (essa é outra coisa! Estava esquecendo, essas véias chegam sempre nas mulheres ou nos adolescentes, por que será né? Safadas!) saiu, eu de pé, esperando o povo sair pra poder fazer o mesmo, e a veia me encarou! Me olhou firme! Olhei também, ela na altura do meu peito, e eu olhando cinicamente, rs, confesso, rs e ela gralhou mais alguma coisa para a qual eu respondi: “pode falaaar, não too ouvindo naaadaaa, rs “, apontado pra os fones. A rosnenta zuretiou, deu uma rodopiada, perdeu o rumo, foi pra direita, depois pra esquerda e votou pra direita, .E eu, fui ao banco, onde não havia fila, fui mandar arrumar a câmera digital, que parece ter 95¨% de chance de ficar boa de novo, e depois, fui ao cinema, cheguei na horinha, comprei o lugar que gosto, fila 10, nº 7, e assisti O Príncipe da Pérsia, que adoreeeeeeeeeei, ninguém sentado ao meu lado, nem estava tão frio lá fora quando fui embora, fui de pé mesmo no Ligeirão, rs, e como tudo foi ótimo, tomei como sinal de que não fui má criatura, rs.


**Foi escrito na quarta de manhã, enquanto eu cuidava da Bê, não conseguia dormir, vim escrever. Achei que ela estaria boa logo, estava preocupada, cansada por ficar acordada cuidando dela, mas nunca me aborreci por ficar cansada cuidando do Lé, que sempre foi mais doentinho, sempre se machucou mais do que ela, e igualmente não estava por cuidar dela. Ela sempre foi fortona, e por isso mesmo, achei que a noite, viria postar isso aqui mas fiquei com ela. Parece tão bobo agora ficar contente com o que escrevi aí, de máquina e filme e vnganças contra véias e talz...mas está aí. Viver é isso como me disse o Ed ontem a tarde quando ligou. Quem foi que inventou isso de viver, hen?

Um comentário:

  1. Pessoas sempre me surpreendem. E pessoas chatas como esta véia da narrativa aí tinham mais mesmo é que sair fora desta vida, se a única função delas é encher o saco das pessoas mais novas. Credo. Eu não mais me sento nestes famosos assentos "reservados" nos ônibus, exatamente para não ter que tolerar este tipo de coisa.

    Que bom que o bom e velho roquenrou fez valer, falou mais alto que as injúrias da velha chata dos infernos.

    Vida de passageiro de busão é meio que vida de gado, inda mais aqui no nosso brazirzão né. Que nem transportar gente os motorisatas sabem. Ai ai, zoropa, eu queria me mandar pra lá. Mas...lá tem gente, do mesmo jeito que em toda a parte né. Melhor não fazer muito castelo de areia.

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